Quando a criança se recusa a mudar a fralda?

A criança diz ‘não’, foge ou chora. O momento da troca da fralda vira um 'campo de batalha'. Mas, qual é o papel do adulto neste momento tão importante da rotina?

À medida que cresce, a criança começa a reconhecer-se como um ser autónomo, com vontades próprias. Dizer “não” é uma forma de afirmar essa autonomia e da tomada consciência da sua identidade: “é o meu corpo, eu também decido o que acontece com ele.”
Noutros momentos, o “não” surge simplesmente porque a criança está envolvida noutra brincadeira, concentrada num processo de descoberta e a interrupção é difícil de aceitar.

Mudar a fralda é mais do que uma tarefa de higiene, é um momento de atenção pessoal, é um gesto de cuidado, sendo muitas vezes encarado com uma postura mecânica, sobretudo quando existem outras tarefas à espera.
Quando o fazemos com pressa, sem explicar o que vai acontecer, a criança sente que algo lhe é feito, onde ela não que participa. Mas quando desaceleramos e a incluímos no processo, o momento muda completamente.

Mas como podemos incluir verdadeiramente as crianças (até as mais pequenas) neste momento?

Podemos começar por partilhar aquilo que vai acontecer, com uma voz tranquila, referir que a fralda está suja e que temos de a trocar para que se sinta mais confortável. De seguida, podemos propor opções, para que a criança saiba que, de acordo com as suas capacidades, participa neste processo e decide, por exemplo, onde quer mudar a fralda. Este tipo de comunicação respeita o ritmo da criança, sem deixar de cuidar e de estabelecer um limite claro.

O modo como cuidamos do corpo da criança ensina-lhe muito sobre respeito, segurança e confiança. Cada muda de fralda é uma oportunidade para transmitir: “o teu corpo é importante, e eu respeito-te.”

Conte-nos como vive este momento com a criança? Partilhe connosco a sua experiência ou deixe o seu comentário abaixo.